A VIDA: O BEM QUE SEMPRE QUEREMOS MAIS!

 


Existe um ditado bastante popular que diz: “O que é bom dura pouco”. Curiosamente, o relógio não muda sua velocidade diante do que é bom ou do que é ruim; os segundos seguem iguais, indiferentes às nossas emoções. Quem faz essa distinção é a nossa mente. É ela que separa o prazer do desconforto e nos dá a sensação de que as coisas boas passam mais rápido, como se o tempo tivesse duas faces.

 

Talvez seja por isso que a Bíblia nos ensine que “Deus fez tudo formoso no seu tempo e colocou a eternidade no coração do homem”. Existe dentro de nós um desejo silencioso de permanência, de continuidade, de que aquilo que é bom não termine tão depressa. O relógio obedece às leis do tempo, mas o coração obedece à eternidade que Deus nele colocou.

 

As sensações de bem-estar enviam ao cérebro mensagens claras, diretas e autênticas. Não há falsidade nelas; chegam como são, verdadeiras, quase como mensagens instantâneas que atravessam nossos sentidos e nos dizem: isso é bom, isso vale a pena. Por isso, quando participamos de uma boa programação e o dirigente anuncia o encerramento, algo dentro de nós reage em silêncio, mas com força: “Mas já terminou?” É a alma falando mais alto que o relógio.

 

Lembro-me da infância, quando tinha a oportunidade de ir a um parque infantil. Minha grande preferência eram os carrinhos elétricos que se chocavam uns contra os outros, numa deliciosa bagunça cheia de risos. Quando o sinal soava e a energia era desligada, era unânime o protesto dos pequenos motoristas daquela confusão alegre: “Já acabou o tempo?” O tempo havia acabado, mas a alegria ainda queria ficar.

 

Essas experiências revelam uma verdade simples e profunda: as coisas boas da vida não são medidas apenas pela duração, mas pela intensidade com que são vividas. E entre todas elas, a maior, a principal e mais preciosa é a própria vida. É nela que cabem os risos, as memórias, os encontros e até essa sensação tão humana de que o tempo passa rápido demais quando estamos felizes.

 

Talvez, no fim das contas, o que é bom não dure pouco. Nós é que aprendemos a amar tanto essas dádivas, especialmente a vida, que sempre desejamos viver um pouco mais daquilo que Deus, sabiamente, fez formoso no seu tempo.

 

Plínio Cavalheiro – capelão.

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